Contar Histórias e seus Pressupostos Fundamentais
- Rede de Histórias
- 31 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Ler e contar histórias é fundamental!
Elas não podem e não devem servir só para ensinar. As histórias deveriam ser lidas e contadas para encantar apenas.
E neste "apenas" cabe todo o mundo dentro! Rita Nasser
Você já pensou em contar histórias?
Atualmente muito se fala sobre esta arte milenar e ancestral, que vem carregada de imaginação e sentido, nos traz outras vozes, outros tempos, outras épocas e milhares de textos e intertextos, pois cada história tem muitas histórias dentro.
(...) Os contos de fadas, considerados por pais
e educadores, até muito pouco tempo como
“irreais”, “falsos” e cheios de crueldade, são,
para as crianças, o que há de mais real,
algo que lhes fala em linguagem acessível,
do que é real dentro delas. (...)
BETTELHEIM, Bruno – A Psicanálise dos Contos de Fada
Neste caminhar, todos somos narradores em potencial e cada um desenvolve seu estilo ou performance de acordo com seus talentos, questionamentos e escolhas pessoais.
As fórmulas mágicas deixaremos para o enredo da narrativa, pois neste campo não há receita pronta. Mas existem pressupostos fundamentais, que devem ser observados, aprendidos, ampliados, pesquisados e experimentados.
Há sempre aquilo que já existe e o que pode vir a acontecer durante o ato de narrar.
Esses saberes e experiências mútuas se encontram, se contemplam, se completam, se excluem também, nas formas mais variadas de apresentar uma boa narrativa.
Podemos listar inúmeros pontos importantes, porém cada narrador/contador compreende de forma particular o que se faz essencial para si, ao apresentar sua narrativa de forma individual e única.
Torna-se, portanto, imprescindível estar sempre aberto às antigas e novas leituras, dialogar sobre pontos de vista diversos, pesquisar gêneros de narrativas variados e compreender que é a palavra oral e/ou escrita que traz força, sustentação e vigor ao ato de contar.
Alguns dos pressupostos para contar histórias de forma criativa:
Ler e pesquisar sempre!
Escolher o repertório;
Refletir e preparar-se para contar (voz/música, corpo e movimento);
Experimentação;
Vontade de fazer melhor;
Buscar experiências criativas, diversificar;
Autocrítica positiva;
Contar!
É essencial também desenvolver um olhar ampliado na escuta dos seus pares, com respeito, sem julgamentos, sem competições ou preconceitos. Esse olhar nos permitirá acolher em primeiro lugar a palavra, pois é ela que conduz a narrativa de forma natural e inspiradora.
Iremos mergulhar nesse tema encantador que é contar histórias e estar em rede de histórias, entre infâncias e saberes, que habitam em nós desde sempre e para sempre.
“Se se quiser falar ao coração dos homens,
há que se contar uma história.
Dessas onde não faltem animais ou deuses e muita fantasia.
Porque é assim, suave e docemente que se despertam consciências.”
Jean de La Fontaine, século XVII
Autores inspiradores deste texto: Jean de La Fontaine, Bruno Bettelheim, Gianni Rodari.
SP – Agosto – 2020
Que texto inspirador Rita! É tão bom sentir que nos contruímos na arte da narração e da contação de histórias. 😘